Detalhe do Case

Prêmio Caio 19ª Edição

Case: Arte na Rua Mulher

Arte na Rua Mulher

Candidato: Globo
Cliente: Globo
Segmento: Eventos
Categoria: Evento Artístico
Estado: SP

A Globo é a maior produtora de conteúdo da América Latina e líder brasileira de audiência. Todos os dias, milhões de pessoas assistem à programação da emissora na TV e na internet. Para estar ainda mais próxima do público, a estratégia de comunicação inclui ações presenciais. Assim, realiza e apoia iniciativas que dialogam com a população nas ruas, ampliando o relacionamento que as pessoas têm com a Globo.

Uma das iniciativas da Globo de maior sucesso na área de cultura e entretenimento é a ?Arte na Rua?, que valoriza a arte, levando cultura e entretenimento gratuitos para o cotidiano da população da Grande São Paulo. Desde 2014, o projeto já teve 17 edições, 195 atrações, 485 apresentações, esteve em 119 lugares e impactou mais de 420 mil pessoas.

No dia 8 de março, na Praça Antônio Prado, centro de São Paulo, a iniciativa celebrou o Dia Internacional da Mulher com uma edição especial, realizada 100% por mulheres, desde a concepção e planejamento do projeto à execução. Produtoras, técnicas de som, carregadoras, brigadistas, motoristas, seguranças e artistas da música e do grafite, foram protagonistas do ?Arte na Rua Mulher?, mostrando o poder feminino na cadeia produtiva do entretenimento para mais de 2000 pessoas.

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A proposta do evento partiu da ideia de celebrar o Dia Internacional da Mulher (8 de março), com uma indagação sobre o papel da mulher na indústria do entretenimento. O primeiro passo foi recorrer a pesquisas para entender a atuação feminina nesse mercado.

No processo, deparamo-nos com um fato determinante para o desenho do projeto: não existem pesquisas ou dados oficiais que mensurem a separação por gênero no mercado mundial de entretenimento ao vivo. Essa falta de dados é apenas um dos reflexos de séculos de desigualdade de gênero nas artes, de forma geral.

Assim, para colocar essa questão em debate, a Globo promoveu, no dia 8 de março de 2018, a ?Arte na Rua Mulher?. Deu voz e visibilidade às mulheres e evidenciou o papel delas na arte e na produção artística.

Na elaboração do projeto, algumas diretrizes foram estipuladas: toda a cadeia produtiva envolvida deveria ser feminina e representativa, formada por mulheres negras, periféricas, lésbicas, obesas, jovens e velhas. O recorte curatorial deveria contemplar a maior diversidade possível de repertórios e estimular a interação com o público. Por fim, a ação precisava ser compacta para ser montada na rua sem atrapalhar o fluxo.

Durante todo o dia, a Praça Antônio Prado, na Rua São Bento, recebeu mais de 40 artistas da música, representadas por Érica Pinna, Vozeiral, Rap Plus Size, MC Soffia, Feminine Hi-Fi, Coco de Oyá e as rodas Sambadas e Samba de Dandara, que preencheram a praça com diversidade musical e versos com diferentes lutas feministas.

A rua ganhou mais vida em uma ação de ?live painting?, na qual painéis foram criados ao longo do dia com a cor e os traços dos grafites das artistas Grazie Gra, V. e Negahamburger, da Rede Efêmmera. Esta rede surgiu por conta da dificuldade das artistas de rua em conquistar respeito nessa área.

Como forma de valorizar escritoras mulheres, a Globo Livros participou dos intervalos dos shows com um quiz sobre o Dia Internacional da Mulher, presenteando o público com três obras escritas por mulheres: ?Fome?, de Roxane Gay, ?Aqui Estão os Sonhadores?, de Imbolo Mbue e, ?Mas Você Vai Sozinha??, de Gaía Passarelli.

A engraxataria da Praça Antônio Prado, tradicionalmente ocupada por homens, foi transformada em espaço da revista Marie Claire para captação de depoimentos das artistas que participaram do evento e de retratos feitos pela fotógrafa Julia Rodrigues.

O evento conectou artistas, produtoras e técnicas, fortalecendo suas atuações nesse meio e abrindo canais para novos projetos entre as profissionais envolvidas.

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A Praça Antônio Prado, em frente à Bovespa, foi o local escolhido para a realização do evento. A escolha se deu pela simbologia que cerca o espaço, predominantemente frequentado e liderado por homens. O local também dispunha de um coreto, ideal para as apresentações artísticas e duas engraxatarias, que serviram de camarim, estúdio fotográfico e base de captação de depoimentos para a revista Marie Claire.

Por se tratar de um evento de rua, na etapa de pré-produção, foi necessário dialogar com: a Prefeitura Regional da Sé, que liberou o uso do espaço público; a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que autorizou os acessos de veículos de produção do evento; a B3 e o Farol Santander, responsáveis pela zeladoria do espaço.

Para reforço da segurança das equipes envolvidas e do público, foram acionadas a Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar. Ambas as organizações disponibilizaram um contingente exclusivamente feminino, a pedido da organização do evento.

Ainda no âmbito burocrático, houve envolvimento do Juizado de Menores para autorizar a apresentação da artista MC Soffia, menor de idade.

Toda a equipe de produção por trás dos holofotes foi executada por mulheres, a saber: carregadoras, montadoras, faxineiras, motoristas, brigadistas, seguranças, eletricistas, técnicas de som, maquiadoras, fotógrafas, produtoras de vídeo, designers, produtoras artísticas e executivas.

As artistas convidadas ofereceram ao público um repertório formado por rap, samba, coco, MPB, sound system e pop, retratando diversidade e representatividade.

A linguagem artística do grafite também teve espaço e reconhecimento. Durante todo o dia, três artistas do coletivo Efêmmeras produziram suas obras ao vivo, inspiradas pela temática do evento.

A cenografia imprimiu, literalmente, os conceitos que o evento queria reforçar, como sororidade, filoginia e feminismo. Também procurou um equilíbrio entre a modernidade da comunicação visual do projeto e a arquitetura do local histórico em que a iniciativa aconteceu.

A estratégia de comunicação foi 100% digital e contou com motion graphics, cards e vídeos feitos pelas próprias artistas para envolver e convidar o público. As peças foram veiculadas no site institucional da Globo e nas redes sociais da emissora (Instagram e Facebook). No dia da mulher, uma playlist formada exclusivamente por artistas mulheres foi disponibilizada no Spotify da Globo, reforçando a homenagem.

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A cobertura do evento na TV contou com entradas ao vivo com repórteres mulheres, no programa Bem-Estar e no jornal SP1. Na semana que antecedeu o evento, a MC Soffia, uma das atrações, participou do programa Altas Horas, no qual divulgou a iniciativa.

A revista Marie Claire, parceira do evento, captou depoimentos das artistas e fez uma cobertura de toda a ação em suas redes sociais. Este material gerou conteúdo para o site da revista.

A iniciativa também conseguiu espaço em veículos do trade (Meio & Mensagem, Propmark, Revista de Eventos etc.) e em veículos tradicionais como Folha de SP, Uol, Catraca Livre, Não me Kahlo, entre outros.

A ideia de ter um evento formado 100% por mulheres, desde o planejamento à execução, foi alcançada e resultou na contratação de 37 mulheres para os bastidores (produtoras, técnicas de som, designers, redatoras, fotógrafas, carregadoras, seguranças, brigadistas etc.) e de 42 artistas (cantoras, instrumentistas e grafiteiras), além das parcerias firmadas com as equipes da revista Marie Claire e da Globo Livros.

Ao longo do dia, 2 mil pessoas de todas as classes, gêneros e idades, cantaram, dançaram e celebraram essa data. Nas redes sociais, o evento alcançou mais de 930 mil pessoas.

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